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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020


DISCIPLINA POSITIVA PARA CRIANÇAS- JANE NELSEN

Os pais e educadores da atualidade estão sempre estudando novos métodos e técnicas de educação para as crianças. Porém é importante lembrar que nenhuma técnica irá superar o envolvimento de amor e atenção aos pequenos. Somando-se ao amor, qualquer método poderá acrescentar muito no relacionamento entre pais, filhos ou educadores, fortalecendo os laços da família.
Jane Nelsen, é doutora em educação e mãe de 7 filhos, terapeuta de casais e família e é autora de 18 obras sobre o método da disciplina positiva que foi baseada na filosofia de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs, ao qual vou descrevê-lo pois me pareceu um meio termo entre o punitivo e o permissivo.
Esta disciplina defende o uso de ferramentas de educação que são gentis e firmes e que ensinam habilidades sociais e de vida.

A disciplina positiva sugere aos pais:
- É perigoso para as crianças quando os adultos fazem muito por elas;
- superprotegem;
- não passam muito tempo com elas;
- fazem a lição de casa por elas;
- compram muitas coisas para elas;
- dão broncas constantemente;
- exigem, gritam e depois as tiram de apuros;
A base para uma autoestima saudável é quando as crianças desenvolvem a crença de que “Eu sou capaz”.
Para que isto aconteça, elas precisam treinar a busca de soluções e desenvolver habilidades por si sós, para praticarem o que os pais esperam delas, e se sentirem capazes. A autoestima é fundamental para o sucesso em quaisquer empreitadas da vida.

Para se entender os conceitos da disciplina positiva, vou descrever abaixo as suas bases:
- Compreensão dos 4 objetivos do mau comportamento;
- Gentileza e firmeza ao mesmo tempo;
- Respeito mútuo;
- Erros são oportunidades de aprender;
- Responsabilidade social;
- Reuniões de família e de classe;
- Envolvimento das crianças na solução de problemas;
- Encorajamento.

Muita gentileza sem firmeza pode se tornar permissividade, e muita firmeza sem gentileza pode se tornar rigidez excessiva.
Com o método da disciplina positiva, muitos pais e educadores conseguiram mudar os comportamentos indesejáveis das crianças que causam estresse e mal estar, nas infindáveis vezes que os pais costumam gritar, ameaçar e punir todos os dias por não conseguirem resultado quando pedem para guardar os brinquedos, hora de estudar, de tomar banho de dormir entre outras atividades do dia a dia.
Vale lembrar que a velha e eterna “paciência” para consigo mesmo e para com as crianças será ferramenta fundamental, pois a mudança de velhos hábitos é lenta. Como também o bom humor e o perdão, neste processo de aprendizagem.
Segundo a autora: “Quando tratamos as crianças com dignidade e respeito, e quando lhes ensinamos valiosas habilidades de vida para o desenvolvimento de um bom caráter, elas irão disseminar a paz no mundo”.
Quem desejar conhecer mais, a autora tem vários livros com muitos exemplos práticos do dia a dia. Vale muito a pena.

Marly Ferreira Dejane
Psicóloga, Arteterapeuta, Palestrante, Consultora para pais.







segunda-feira, 27 de janeiro de 2020


UMA COISA DE CADA VEZ  – ESTAR NO INSTANTE PRESENTE

Nos tempos de hoje onde a tecnologia nos possibilita fazer tudo muito rápido e várias coisas ao mesmo tempo, estamos conectados o tempo todo com várias coisas, situações e pessoas, mas desconectados de nós mesmos.
Estamos sempre tentando abraçar muitas coisas ao mesmo tempo, não posso perder tempo, porém o tempo é limitado, não estou sentindo o tempo neste instante, fico disperso, distraído, e a vida passa sem que eu possa sentir seu verdadeiro valor, sem que eu esteja presente neste instante. Esta incapacidade de viver o momento e de estar presente no momento causa perda do meu centro, uma insatisfação constante com o que se está vivendo.
Esta é uma doença bastante disseminada no mundo contemporâneo, o vazio existencial crônico.
No transtorno de personalidade Borderline, este é um dos seus fortes sintomas.
Colocamos nas nossas vidas muitas coisas que são irrelevantes, sem peso. É necessário separar o que tem peso, pois diariamente muitas coisas se lançam sobre nós e somos esmagados quando queremos assumir tudo, sem diferenciação do que é importante ou não.
O que é essencial na minha vida agora?
Estou indo de encontro comigo mesmo, com minha essência interior, com o meu propósito de vida? Com meu verdadeiro ser?
A nossa essência é permanente, não se pode mudar, é o que faz com que sejamos nós mesmos, e isto é o que importa na nossa vida. Nos leva a harmonia e equilíbrio.
“A vida é uma batalha entre o essencial e uma tempestade de ideias frívolas” (Santo Agostinho)
Por não viver o tempo presente não temos relação conosco mesmos, temos necessidade de estímulos cada vez mais fortes para nos sentirmos. Por exemplo, quando vamos fazer uma viagem de férias temos que ir a lugares cada vez mais longínquos, ou modalidades esportivas mais radicais para sentir a vida.
O contato consigo mesmo nos faz sentir intensamente num simples passeio no mato, o barulho das aves e as árvores. Sentir-se parte da criação, acolhido, apoiado, valioso e vivo.
Este também é o caminho do cuidado consigo mesmo, onde desenvolvemos a atenção em tudo que existe na criação de Deus. Este é o início de um processo em que passo a ter o controle sobre a minha vida.

Marly Ferreira Dejane
Psicóloga, Arteterapeuta e Palestrante




quarta-feira, 22 de janeiro de 2020


O QUE É SUSTENTABILIDADE? O QUE TEM A VER COMIGO?

O conceito da palavra sustentável do latim é de conservar, apoiar, cuidar, defender. O uso sustentável da natureza deve suprir as necessidades do presente sem deixar de cuidá-la para as futuras gerações.
É preciso haver um equilíbrio entre o que se retira e o que volta a crescer na natureza, como florestas, mares, peixes, animais, petróleo e outros. Tendo em vista as gerações futuras, não só explorar hoje e não ter o cuidado e a responsabilidade com o retorno para a natureza de Deus. Assim é com tudo na vida, conosco também, a vida é cíclica.
Na beleza magnífica da natureza é de onde tiramos a energia e a alegria de viver, somos renovados.
É urgente para os seres humanos e para o planeta que cuidemos melhor da nossa morada, estamos correndo o risco de não conseguirmos mais respirar, ter água potável e alimento.
Se tratamos assim a nossa casa planetária, como estamos tratando a nós mesmos? Nosso corpo físico, mental e espiritual?
O mesmo cuidado e sustentabilidade devemos para conosco mesmos. Encontrar a justa medida ou o equilíbrio entre o que é gostoso e o que nos faz bem, ou o que dá um bom resultado.
Parece que o conceito de sustentabilidade está muito em moda, as pessoas procuram por produtos que tenham um selo de sustentável, ou que protegem a natureza, mas será que estamos fazendo a nossa mínima parte? Reciclar, separar o lixo doméstico, não desperdiçar o alimento, economizar água, recolher os detritos do seu cão na rua, ser menos consumista, reutilizar, cuidar dos nossos rios e mares...
O cuidado engloba tudo na nossa existência, quem consegue ter esta consciência macro provavelmente se esforça nos pequenos detalhes do dia a dia, e principalmente consigo mesmo e com o outro.
Viemos de uma fase de muita fartura no planeta, agora se não cuidarmos passaremos por muita escassez, de tudo que esbanjamos.
O cuidado é a relação consigo mesmo, com a criação, com Deus e todos os seres humanos.
Quando meus filhos me dizem que estão muito atarefados ou sobrecarregados de trabalho, logo lhes pergunto: -Você está com o seu armário arrumado? O armário físico simboliza a casa mental, e é muito comum estarmos com a casa física desarrumada e a mental por consequência.
Se estruturamos nosso dia e mantemos a nossa residência organizada, a alma também fica em ordem. Desordem exterior causa caos interior e perda do centro.
Vivemos no ritmo guiados pela natureza, o dia e a noite, luz e escuridão, descanso uma vez por semana. A estações do ano, o inverno que traz o recolhimento na casa aquecida, a primavera, cultivo dos campos, no verão quando o calor é muito intenso se faz uma pausa ao meio-dia, e o outono, tempo de colheita e ação de graças.
Preservemos o planeta para continuarmos tendo a possibilidade de sermos guiados pelo ritmo da natureza e da criação de Deus.
“Precisamos ser a mudança que queremos ver no mundo” Mahatma Gandhi

Marly Ferreira Dejane
Psicóloga, Arteterapeuta Junguiana e Palestrante




domingo, 19 de janeiro de 2020


A JUSTA MEDIDA- AUTOEDUCAÇÃO
Sempre tive vontade de viver ponderadamente, dentro da justa medida, porém encontrar esta medida para cada situação, penso que é uma eterna busca.
Neste ano que passou em uma de minhas andanças, me deparei com um livro intitulado: “A arte de encontrar a medida certa de viver”, autor: Anselm Grun (monge beneditino alemão).
Pensei, que bacana! Encontrei o que sempre procurei, e de fato este livro me abriu um novo leque de reflexões que vou compartilhar um pouquinho aqui.
Tenho falado diversas vezes sobre a necessidade e o dever dos pais de colocar limites nos filhos,porém não é só para eles, temos que vivenciar conosco mesmo nossos próprios limites. Isto nos leva a velha e antiga história: “conheça-te a ti mesmo”, para descobrirmos o nosso limite.
Quem encontrou dentro de si a justa medida possui um conselheiro interior, um médico interior, que faz com que o indivíduo tenha uma vida adequada que o preserva de muitos males e enfermidades.
Por exemplo quando comemos muito, o nosso corpo reclama, dá sinais de peso, de sobrecarga, nos sentimos mal, e aí vem a velha frase: não devia ter comido tanto...
Se vivermos com ponderação e comedimento, não ficaremos esgotados facilmente. Se ultrapassarmos o limite, perdemos energia e ficamos esgotados. A justa medida não é única, ela tem que condizer conosco, é o meu próprio limite.
Tudo que passa da medida gera insatisfação, é a causa de diversos vícios e todo tipo de problemas.
Segundo o filósofo francês contemporâneo Pascal Bruckener, a avidez é uma característica que marca a sociedade de hoje, que é característica do infantilismo que quer ser suprida de tudo sem assumir responsabilidade.
A avidez por novidades e curiosidades é fundamental e boa, mas deve ser disciplinada, comedida, no seu excesso causa desequilíbrio.
Nem a autodepreciação e nem a soberba são equilibradas, passam da medida, são imagens distorcidas de nós mesmos. Se não conseguimos ser os melhores em tudo, reagimos com autodepreciação ou soberba.
Entrar em contato com o nosso eu interior nos torna nós mesmos, por inteiro, sem necessidade de provar algo aos outros ou a nós mesmos. Este é o nosso puro ser que nos possibilita uma profunda experiência de liberdade e paz.
A necessidade de comprar coisas ou roupas caras e de grife é uma compensação da falta de autoestima ou autoamor.
Se tivermos uma imagem própria depreciativa, muitas vezes tendemos a valorizar mais os outros. Achamos-nos incapazes enquanto os outros são muito capazes.
O contrário também é verdadeiro, nos supervalorizamos e depreciamos os outros. O outro é examinado criticamente. Sempre que julgamos os outros estamos julgando a nós mesmos.
A sociedade têm muitas expectativas com relação a nós; o chefe, os colegas de trabalho, os amigos, a família, pai, mãe, entre outros. Se quisermos corresponder a todas estas expectativas entraremos em colapso, esgotamento.
A síndrome de burnout é do esgotamento profissional, com sintomas de exaustão profunda, estresse e esgotamento físico e pode levar a depressão. Burnout significa esgotamento.
É necessário colocar limites nas expectativas do outro. Muitas vezes colocamos exigências desmedidas a nós mesmos para agradar o outro para sermos bem quistos.
O monge beneditino Anselm Grun nos fala da necessidade de períodos de descanso, de não fazer nada mesmo. Chamado de “ócio criativo”, pois quem faz pausas é muito mais criativo do que quem acha que seu desempenho aumentaria se intensificado.
Sentimos necessidade de preencher cada instante de repouso com alguma coisa, e isto leva a ter sempre esgotamento.
Nossas raízes também precisam de alimento na oração e na meditação, no diálogo e na quietude para superar bem o ano.
Marly Ferreira Dejane
Psicóloga, Arteterapeuta e Palestrante.