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domingo, 19 de janeiro de 2020


A JUSTA MEDIDA- AUTOEDUCAÇÃO
Sempre tive vontade de viver ponderadamente, dentro da justa medida, porém encontrar esta medida para cada situação, penso que é uma eterna busca.
Neste ano que passou em uma de minhas andanças, me deparei com um livro intitulado: “A arte de encontrar a medida certa de viver”, autor: Anselm Grun (monge beneditino alemão).
Pensei, que bacana! Encontrei o que sempre procurei, e de fato este livro me abriu um novo leque de reflexões que vou compartilhar um pouquinho aqui.
Tenho falado diversas vezes sobre a necessidade e o dever dos pais de colocar limites nos filhos,porém não é só para eles, temos que vivenciar conosco mesmo nossos próprios limites. Isto nos leva a velha e antiga história: “conheça-te a ti mesmo”, para descobrirmos o nosso limite.
Quem encontrou dentro de si a justa medida possui um conselheiro interior, um médico interior, que faz com que o indivíduo tenha uma vida adequada que o preserva de muitos males e enfermidades.
Por exemplo quando comemos muito, o nosso corpo reclama, dá sinais de peso, de sobrecarga, nos sentimos mal, e aí vem a velha frase: não devia ter comido tanto...
Se vivermos com ponderação e comedimento, não ficaremos esgotados facilmente. Se ultrapassarmos o limite, perdemos energia e ficamos esgotados. A justa medida não é única, ela tem que condizer conosco, é o meu próprio limite.
Tudo que passa da medida gera insatisfação, é a causa de diversos vícios e todo tipo de problemas.
Segundo o filósofo francês contemporâneo Pascal Bruckener, a avidez é uma característica que marca a sociedade de hoje, que é característica do infantilismo que quer ser suprida de tudo sem assumir responsabilidade.
A avidez por novidades e curiosidades é fundamental e boa, mas deve ser disciplinada, comedida, no seu excesso causa desequilíbrio.
Nem a autodepreciação e nem a soberba são equilibradas, passam da medida, são imagens distorcidas de nós mesmos. Se não conseguimos ser os melhores em tudo, reagimos com autodepreciação ou soberba.
Entrar em contato com o nosso eu interior nos torna nós mesmos, por inteiro, sem necessidade de provar algo aos outros ou a nós mesmos. Este é o nosso puro ser que nos possibilita uma profunda experiência de liberdade e paz.
A necessidade de comprar coisas ou roupas caras e de grife é uma compensação da falta de autoestima ou autoamor.
Se tivermos uma imagem própria depreciativa, muitas vezes tendemos a valorizar mais os outros. Achamos-nos incapazes enquanto os outros são muito capazes.
O contrário também é verdadeiro, nos supervalorizamos e depreciamos os outros. O outro é examinado criticamente. Sempre que julgamos os outros estamos julgando a nós mesmos.
A sociedade têm muitas expectativas com relação a nós; o chefe, os colegas de trabalho, os amigos, a família, pai, mãe, entre outros. Se quisermos corresponder a todas estas expectativas entraremos em colapso, esgotamento.
A síndrome de burnout é do esgotamento profissional, com sintomas de exaustão profunda, estresse e esgotamento físico e pode levar a depressão. Burnout significa esgotamento.
É necessário colocar limites nas expectativas do outro. Muitas vezes colocamos exigências desmedidas a nós mesmos para agradar o outro para sermos bem quistos.
O monge beneditino Anselm Grun nos fala da necessidade de períodos de descanso, de não fazer nada mesmo. Chamado de “ócio criativo”, pois quem faz pausas é muito mais criativo do que quem acha que seu desempenho aumentaria se intensificado.
Sentimos necessidade de preencher cada instante de repouso com alguma coisa, e isto leva a ter sempre esgotamento.
Nossas raízes também precisam de alimento na oração e na meditação, no diálogo e na quietude para superar bem o ano.
Marly Ferreira Dejane
Psicóloga, Arteterapeuta e Palestrante.



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